sexta-feira, 24 de abril de 2009
Frost/Nixon e a sedução do poder
Melhor estreia do final de semana, Frost/Nixon mostra a guerra particular que se trava cotidianamente entre jornalista e fonte, durante essa que é a atividade básica do jornalismo: a entrevista. A relação que envolve entrevistador e entrevistado pode se dar em alto nível de polidez, pode ser afetuosa, enriquecedora; mas pode também ser ríspida, agressiva ou indiferente. Depende do que está em jogo e depende de quem se alinha para a esgrima*.
Em Frost/Nixon, o diretor Ron Howard (Código Da Vinci) se concentra nas consequências pessoais dos históricos encontros entre o jornalista David Frost e o ex-presidente americano Richard Nixon. Frost, interpretado por Michael Sheen (A Rainha), vê na entrevista uma oportunidade de subir na carreira. Nixon, incorporado por Frank Langella em performance memorável, pensa em reconstruir sua imagem após a renúncia motivada pelo famoso escândalo Watergate**.
Diretor clássico, Howard se dedica a preparar o espectador para a última grande virada do roteiro, que é o clímax emocional da história. O que mais chama a atenção, porém, não é isso. É o detalhamento do processo de aproximação entre Frost e Nixon, um intrincado jogo de sedução que passa por dinheiro, vaidade e poder. Vale a pena.
Também entra em cartaz a comédia brasileira Divã, com Lilia Cabral, José Mayer, Cauã Reymond e Reynaldo Gianecchini. O documentário americano Iron Maiden: Flight 666, que mostra os bastidores da turnê mundial da banda heavy metal, está programado para duas sessões apenas.
Para ver a programação dos cinemas, clique aqui.
* Janet Malcolm aborda a questão de forma incisiva no livro O Jornalista e o Assassino, fora de católogo hoje em dia, infelizmente.
** Se quiser saber mais, assista ao excelente Todos os Homens do Presidente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário