sábado, 18 de abril de 2009

Cenas dos próximos capítulos


Aguarde, vem aí o filme de Fabio Barreto sobre o presidente Luiz Inácio: Lula, o Filho do Brasil. Divulgado ontem, o trailer aponta para uma obra tecnicamente bem realizada, mas esteticamente duvidosa. Aliás, é um exercício (até necessário) de boa vontade tentar não pré-julgar esse trabalho.

Fabio Barreto é o responsável por O Quatrilho (1995), filme pouco inspirado, e é também membro de um clã que tem reputação controversa dentro do cinema nacional.

Seu novo trabalho conta em tom de "drama épico", como define o diretor, a história de vida de um presidente em exercício. Isso tem consequências. A produtora do filme, a LC Barreto, por exemplo, imediatamente angariou a desconfiança de que pudesse ser beneficiada com dinheiro público. Para evitar a acusação, Luiz Carlos Barreto, pai do diretor, declarou que não pretendia usar subsídio municipal, estadual ou federal para financiar o orçamento do trabalho — cerca de R$ 15 milhões, recorde no cinema nacional.

As filmagens começaram no final de janeiro, em Garanhuns (PE), terra natal do petista, e terminaram em março. A previsão é que Lula, o Filho do Brasil participe de festivais nacionais e internacionais ainda em 2009 e seja lançado em circuito comercial em janeiro de 2010.

A cinebiografia é baseada no livro homônimo assinado pela jornalista Denise Paraná, doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo e pós-doutora pela Universidade de Cambridge. Ela também assina o roteiro, juntamente com Fábio Barreto, Daniel Tendler e Fernando Bonassi.

A julgar pelo trailer, a intenção dessa turma foi carregar nas cores dramáticas, apelando a uma concepção de entrenimento popular já bastante conhecida e até certo ponto desgastada.

Ainda sobre o trailer, chama a atenção o uso da bela trilha sonora de Gustavo Santaolalla, originalmente composta para Diários de Motocicleta (2004), de Walter Salles. A canção se chama "De Usuahia a La Quiaca". Se há alguma força nessa peça de propaganda, ela vem da ligação com essa música.

Torçamos para que Lula, o Filho do Brasil seja mais do que um exemplo de oportunismo e esperteza publicitária.


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